Resultado
dos primeiros exames feitos em 34 brasileiros e parentes chineses que chegaram
de Wuhan, epicentro da epidemia do novo
coronavírus na China, deram negativo para uma
possível infecção.
Além
deles, o Ministério da Saúde também coletou amostras respiratórias de 24
tripulantes e médicos que participaram da operação montada para trazer o grupo
de volta ao Brasil. Todos tiveram resultado negativo. O anúncio foi feito nesta
terça-feira (11) pelo Ministério da Saúde.
Segundo a
pasta, as amostras foram coletadas no domingo (9) logo após a chegada à
área de quarentena em Anápolis (GO), e enviadas para exames de
RT-PCR no laboratório central de Goiás.
Questionado
se o resultado poderá reduzir o tempo de quarentena, previsto inicialmente para
18 dias, o ministério não respondeu. Segundo a pasta, novas medidas devem ser
divulgadas pelo Ministério da Defesa, que coordena a quarentena em
Anápolis (GO).
Na
segunda-feira (10), porém, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que
o governo avaliava a possibilidade de enviar tripulantes e parte da equipe
médica para quarentena domiciliar. A medida ocorre devido à análise de que a
equipe ficou poucas horas em área de risco e fez uso de equipamentos de
proteção durante a viagem, como óculos, luvas, máscaras e roupas impermeáveis,
o que dificultaria o contato com o vírus. Com isso, o grupo poderia ser
liberado.
"Esse
exame foi específico para o novo coronavírus. Por precaução, decidimos testar
todo mundo e mantê-los em quarentena, mas todas as pessoas [que atuaram na
operação] usaram EPIs [equipamentos de proteção individual]. O Ministério da
Defesa vai avaliar as próximas etapas", disse o diretor do departamento de
doenças transmissíveis do ministério, Julio Croda. "Mas existe uma grande
probabilidade desses profissionais que usaram EPIs terem alguma progressão em
relação a quarentena ou outra liberação específica", completou.
Já os 34
brasileiros e parentes chineses ainda ficariam em quarentena e teriam novas
amostras coletadas para exames no 14º dia de isolamento. O prazo equivale ao
período máximo observado de incubação do vírus, ou seja, o tempo entre a
infecção e o desenvolvimento de sintomas. O ministério definiu a quarentena de
18 dias para que fosse possível completar as análises.
Segundo
médicos consultados pela reportagem, a manutenção dos brasileiros em quarentena
na base aérea ainda ocorreria para evitar que tenha havido uma infecção não
detectada enquanto estavam em Wuhan, o que poderia ser verificado no próximo
exame. Além dos exames negativos, balanço divulgado pela pasta nesta terça
mostra que, até o momento, o Brasil não teve nenhum caso confirmado do novo
coronavírus.
Ao mesmo
tempo, a pasta ainda investiga oito casos de suspeita de infecção pelo
vírus. Desses, três são de pacientes atendidos em São Paulo e dois no Rio
de Janeiro. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná avaliam um caso cada. Os
números têm sido atualizados diariamente.
Outros 33
casos que já foram considerados suspeitos foram descartados após exames. A
maioria tem apontado para infecções por diferentes tipos de vírus da gripe, em
especial o influenza B.
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