Na última terça-feira (11), foi celebrado o Dia Internacional das
Meninas e Mulheres na Ciência. Para comemorar a data, a Mauricio de Sousa
Produções retratou a bióloga Neiva Guedes como uma personagem da Turma da
Mônica.
A homenagem faz parte do projeto Donas da Rua da Ciência, que resgata a
história de pesquisadoras e cientistas que deram grandes contribuições para a
humanidade, como Marie Curie, Ada Lovelace, Bertha Lutz, Katherine Johnson e
Katie Bouman.
Neiva dedicou 30 dos 58 anos de vida à preservação da arara-azul-grande,
um dos símbolos do Pantanal, que corria o risco de ser extinta até pouco tempo
atrás.
“A arara-azul, que encanta a todos com sua cor vibrante e som alegre,
vem sofrendo com a destruição de seus lares e com a captura ilegal para tráfico
de animais silvestres. Não podemos nos conformar com a previsão catastrófica da
extinção, seja qual for o ser vivo. É preciso arregaçar as mangas para mudar o
curso da história”, diz a bióloga, que é doutora em Zoologia e mestre em
Ciências Florestais.
“Fiz mestrado em Ciências Florestais e a Arara Azul foi objeto do meu
mestrado. Acabou virando um projeto de vida, porque era tão envolvente o
trabalho, que acabei dedicando quase 30 anos a ele”, afirmou a bióloga
sul-mato-grossense, fundadora do Instituto Arara Azul, ao jornal O Pantaneiro.
Boa parte do trabalho da bióloga é dedicado à conscientização sobre o
valor da arara-azul-grande.
“Se eu quisesse apenas concluir o meu mestrado era só coletar os dados e
ir embora. Talvez a arara acabasse. Assim, fomos conversando e mostrando para
as pessoas o que estávamos estudando, que elas eram privilegiadas de morar
junto com as araras e de ter essa convivência harmoniosa com as aves todos os
dias. É uma vida muito bacana a do pantaneiro tradicional junto com a natureza,
muito harmoniosa”, contou à National Geographic.
Para a pesquisadora, o trabalho de conscientização é a chave para a
continuidade e prosperidade das araras-azuis-grandes.
“As pessoas convivem com a natureza, mas não estão atentas. Se não
contarmos com as crianças que são o futuro, com o tema da natureza, muita coisa
pode ser perdida”, afirmou ao Ciclo Vivo.
Para Mônica Sousa, criadora do projeto Donas da Rua, que também já
homenageou mulheres de outras áreas da vida pública, como Emma Watson, é
fundamental dar visibilidade para ações que tragam benefícios para a
humanidade, não só locais.
“É com muito orgulho que homenageamos a pesquisadora que segue na linha
de frente lutando pela conservação do nosso meio ambiente. Enaltecer o papel
das mulheres no campo da ciência é muito importante para inspirar meninas e
mulheres que são apaixonadas pela área”, afirmou.
Razões para acreditar
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